De um lado, a aposta de Arnaldinho Borgo (Podemos) se concentra na gestão de Vila Velha. Considerado um dos municípios mais modernos do Espírito Santo, a cidade tem sido o palco para a construção de sua imagem de gestor inovador. A estratégia de Borgo é traduzir o sucesso de sua administração em capital político, mostrando que sua capacidade de liderança pode ser replicada em nível estadual.
Do outro, Sérgio Vidigal (PDT), prefeito da Serra, se apoia no crescimento exponencial de sua cidade. A Serra, a mais populosa e economicamente pujante do estado, é o grande trunfo de Vidigal. A força do PDT na região e o histórico de gestões bem-sucedidas são o alicerce de sua pré-candidatura, com a expectativa de que o eleitorado serrano e a militância do partido impulsionem sua campanha.
A nova aposta de Lorenzo Pazolini (Republicanos) não se resume apenas à entrega de obras, mas à criação de uma narrativa política. O prefeito de Vitória aposta em projetos que promovem a união entre áreas mais vulneráveis da cidade e os bairros de maior poder aquisitivo. A obra de Andorinha, que estabelece uma nova ligação com a rica Praia do Canto, é o grande exemplo dessa tática, em um movimento que busca reverter a percepção de um início de gestão lento com um impacto forte.
A postura de Ricardo Ferraço, de não abrir espaço para siglas menores, contrasta diretamente com as estratégias de Borgo, Vidigal e Pazolini, que capitalizam o poder de suas cidades e a força de suas bases partidárias e de suas gestões. O cenário político capixaba, portanto, não se resume a uma única disputa, mas a um jogo de xadrez em que cada pré-candidato movimenta suas peças com base em suas próprias fortalezas.
A eleição de 2026 promete ser um embate de visões e estratégias. A confiança de Ferraço em sua coalizão mais enxuta, a modernidade de Borgo em Vila Velha, a força populacional de Vidigal na Serra e a aposta de Pazolini nas obras como palanque são os ingredientes que farão dessa disputa uma das mais interessantes dos últimos anos no Espírito Santo. A grande questão é se Pazolini conseguirá, com essa cartada final, se consolidar como a próxima grande revelação política do estado ou se sua estratégia terá chegado tarde.
“Ninguém alcança o topo sozinho. O sucesso depende da cooperação de outros.”
Jornalista Lauro Nunes
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